O simbolismo filosófico

A adoração a Durgā, Lakṣmī e Sarasvatī está enraizada na filosofia de que o Absoluto, sem atributos, só pode ser conhecido através do mundo dos atributos.
Assim, diz-se que Śiva, a consciência pura, só pode ser revelado por meio de Śakti, a Energia Divina.
Por isso, os devotos rendem culto à Devī, em suas múltiplas manifestações.

As nove noites refletem, em sequência, as diferentes fases do processo espiritual:

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🌺 Os três primeiros dias – Durgā

Durgā representa o aspecto de Śakti que destrói as tendências negativas.
Controlar os sentidos é comparado a uma batalha, pois a mente resiste à disciplina.
Por isso, os Purāṇas descrevem Durgā como a guerreira que vence os asuras (demônios).
Essa vitória, porém, não é definitiva: as sementes das vāsanās (tendências) permanecem latentes.

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✨ Os três dias seguintes – Lakṣmī

Para que essas sementes não floresçam novamente, é preciso regá-las com virtudes positivas.
Na Bhagavad Gītā, tais virtudes são chamadas de daiva-sampat – “Riqueza Divina”.
Lakṣmī não concede apenas prosperidade material, mas a riqueza espiritual necessária para sustentar o buscador em sua jornada.

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📚 Os últimos três dias – Sarasvatī

Somente quem está pleno de virtudes pode receber o conhecimento supremo.
Por isso, os três últimos dias são dedicados a Sarasvatī, a personificação do saber e da sabedoria espiritual.
Ela é representada com veste branca, símbolo da pureza e da iluminação da Verdade Suprema.

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O décimo dia – Vijayadaśamī

No décimo dia, celebra-se a vitória da luz sobre as trevas, o nascimento da Verdade no coração do buscador.
Cada fase do Navarātri corresponde, assim, a um estágio da sādhana (prática espiritual):

1. Controlar as tendências negativas (Durgā);

2. Assimilar as qualidades divinas (Lakṣmī);

3. Receber o conhecimento espiritual (Sarasvatī).

Somente após percorrer esse caminho o sādhaka (aspirante espiritual) alcança a verdadeira iluminação.