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Agitando o Globo de Neve

Atualizado: 27 de fev.

Agitando o Globo de Neve, por Dr. Robert Svoboda

por Dr. Robert E. Svoboda (B.A.M.S.)

escrito em 25/06/2018

 

No Texas, as pessoas diziam (e às vezes dizem até hoje), que "não existe almoço grátis", uma expressão especificamente texana para falar a verdade de que toda ação tem um custo. Isso é bastante verdadeiro no campo da evolução humana - os processos que levaram nossa espécie ao lugar onde estamos hoje. Uma das principais diferenças que existe entre o Homo e outros gêneros biológicos é o fato de que somos capazes de prestar uma atenção seletiva aos elementos do nosso ambiente que julgamos interessantes. Um dos motivos pelo qual as pessoas dentro do espectro autista se sentem constantemente esgotadas pela vida moderna, segundo evidências, é de que elas não têm essa habilidade.




Ganhamos com isso a habilidade de ver padrões e classificá-los conforme eles nos afetam. O reconhecimento de padrões fez com que os humanos adultos pudessem produzir complexidades na nossa realidade que estão além da capacidade de qualquer outro ser terrestre (se você nunca leu "Uma Linguagem de Padrões" essa é a oportunidade para tal), e com isso pagamos o preço da perda do sentimento inocente de fascinação que tínhamos quando criança, quando tudo é fascinante.


Considerando a inércia onipresente, a maioria das pessoas encontra padrões onde julga mais confortável e vivem suas vidas primeiro guiada - e depois presa – por configurações que se tornaram comuns, inicialmente de forma perceptiva e depois psicológica. A boa saúde exige tanto constituir padrões saudáveis quanto reestruturar continuamente esses padrões para impedir seu engessamento. Desde o começo dos tempos, os humanos exploraram formas de "chacoalhar o globo de neve" e reorganizar suas representações da realidade, incluindo meditação, cantos, ioga, uso de tambores, danças, hipnotismo e o consumo de substâncias psicoativas.


Assim como Michael Pollan afirma em seu novo livro "How to Change your Mind" (Como Mudar sua Mente), toda cultura humana que conhecemos, com exceção dos inuítes (que carecem de substâncias psicoativas em seu meio-ambiente nativo) utiliza alguma substância (geralmente uma planta) para alterar os funcionamentos da mente e oferecer potenciais resultados que alteram padrões. Os psicodélicos foram e mesmo hoje continuam sendo utilizados para facilitar tingimentos, tratar vícios e explorar a percepção.


De forma bastante minuciosa, como é comum ao Sr. Pollan, ele proporciona avaliações úteis e imparciais de como os psicodélicos inicialmente chegaram na sociedade americana, porque foram proibidos e porque agora poderão ser reabilitados. Enquanto jornalista, ele traz uma objetividade considerável ao exame do seu objeto; mas, então, ele vai além ao decidir adotar algumas dessas substâncias para si e compartilha com seus leitores algumas de suas percepções subjetivas em relação a suas experiências, com relatos sobre como chacoalhar seu "globo de neve pessoal" permitiu que ele percebesse, desmanchasse e transcendesse alguns padrões que antes o impediam de viver sua vida de uma forma mais plena e satisfatória.


Pollan enfatiza a importância de um guia que possa "criar espaços sem julgamento" para aqueles que desejam explorar seu potencial dessa forma, e acerca dessa realidade eu posso falar pessoalmente. A primeira vez que experimentei psicodélicos eu era adolescente, com uma mente curiosa e em circunstâncias geralmente salubres. Entretanto, foi só depois de conhecer Sri Vimalananda, quem me treinou para usar substâncias tóxicas para propósitos transformativos ao invés de usá-las enquanto veículos de intoxicação, e cuja companhia me proporcionou um cenário único e estimado, que pude realmente entender o quão substâncias tóxicas podem ser transformadoras quando corretamente aplicadas.


Cada pessoa tira algo diferente de cada experiência em si, mas qualquer um que tenha tido o privilégio de ingerir substâncias ilustres em circunstâncias sagradas provavelmente concordará com a conclusão do Sr. Pollan:


"O mistério continua. Mas isso posso dizer com certeza: a mente é muito mais vast e o mundo muito mais vivo do que eu sabia quando comecei"


Traduzido por Hailey Kass - link do artigo: http://www.drsvoboda.com/shaking-the-snow-globe/ 


 

Dr. Robert E. Svoboda (Ayurvedacharya) B.A.M.S – (USA) - Formado em Medicina Ayurveda e Cirurgia, na Universidade de Pune em 1980, recebeu assim o titulo de Ayurvedacharya (B.M.A.S.).
É o primeiro Ocidental a se formar em uma faculdade de ayurveda (1980) e assim ser licenciado para a prática do ayurveda na Índia.
Viveu na Índia de 1973-80 e 1982-86. Neste tempo teve contato permanente com o seu mentor Vimalananda Aghori que o tutelou em ayurveda, yoga, jyotish (astrologia), tantra e outras disciplinas.
Em junho de 1973 foi o primeiro membro branco a ser iniciado na tribo Pokot no norte do Quénia.
De 1975-80 venceu todos os prêmios de excelência acadêmica em ayurveda na Universidade de Pune incluindo o premio Ram Narayan Sharma.
Desde 1985 viaja o mundo realizando palestras, ministrando consultoria ensinando e escrevendo. Faz parte do corpo docente como professor adjunto do Instituto do Dr. Vasant Lad, no Novo México e da Universidade Bastyr, Kenmore, WA. 
Autor dos livros: The Hidden Secret of Ayurveda (1980), Prakriti: Your Ayurvedic Constitution (1988), Ayurveda: Life, Health and Longevity (1992), Tao e Dharma Tao and Dharma (com co-autor Arnie Lade) (1995) este com edição em português e Ayurveda para Mulheres, Ayurveda for Women (1999). É autor de diversos outros livros sobre hinduismo, tantra, astrologia, vastu etc.
Dr. Robert Svoboda é sem sombra de dúvida a maior autoridade ocidental do ayurveda.
 http://www.drsvoboda.com

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